A venda de precatórios tem ganhado cada vez mais relevância entre credores que buscam antecipar o recebimento de valores devidos pelo governo. Diante da complexidade que envolve esse tipo de operação, entender os aspectos legais, financeiros e estratégicos é fundamental para tomar decisões seguras. Neste artigo, você vai aprender sobre como funciona a venda de precatórios: guia completo.
- O que são precatórios e por que eles existem
- Quem pode vender um precatório?
- Quais são os tipos de precatórios disponíveis para venda?
- Venda de precatórios x RPVs: entenda a diferença
- Como funciona a venda de precatórios na prática?
- Quais são as regras e prazos para pagamento de precatórios?
- Conclusão
O que são precatórios e por que eles existem
Precatórios são dívidas que o poder público (União, estados, municípios ou autarquias) deve pagar após perder uma ação judicial para algúem, ou seja: são ordens de pagamento emitidas pela Justiça com base em decisões sem nova possibilidade de recurso.
Esse tipo de mecanismo garante que cidadãos e empresas tenham seus direitos respeitados quando vencem o governo em processos que envolvem questões financeiras.
Quem pode vender um precatório?
Pessoas físicas ou jurídicas
Qualquer cidadão ou empresa que tenha um precatório pode vender para terceiros. Geralmente, o público interessado neste tipo de ativo é composto por investidores.
Herdeiros e sucessores
Se o titular do precatório faleceu, os herdeiros legais também têm o direito de negociação, contanto que estejam devidamente habilitados para tal no processo judicial.
Quais são os tipos de precatórios disponíveis para venda?
Precatórios alimentares
São dívidas relacionadas a salários, aposentadorias, pensões e indenizações por invalidez ou falecimento. Podem ter prioridade nos pagamentos.
Precatórios comuns
Geralmente não se enquadram na categoria alimentar. Podem envolver indenizações diversas, desapropriações, tributos e outras dívidas que não estão diretamente ligadas ao sustento de uma pessoa.
Venda de precatórios x RPVs: entenda a diferença
Nem todo crédito contra o poder público gera um precatório. Quando o valor da condenação é menor que certos limites legais, o pagamento é feito por meio da RPV (Requisição de Pequeno Valor), que possui prazos mais curtos. A negociação de RPVs pode acontecer, mas envolve riscos maiores e depende de análise caso a caso.

Como funciona a venda de precatórios na prática?
- 1. Avaliação do precatório: análise jurídica e financeira do título.
- Oferta e negociação: o credor negocia os termos com o comprador.
- Contrato de cessão: documento oficial que formaliza a transferência.
- Comunicação ao tribunal: é obrigatório informar ao juízo responsável pela execução do precatório.
Quais são as regras e prazos para pagamento de precatórios?
Prazos legais
No âmbito federal, precatórios inscritos até 1º de julho de cada ano devem ser pagos até o fim do exercício seguinte. Já estados e municípios podem seguir calendários próprios, especialmente se estiverem em regime especial de pagamento autorizado pela Constituição.
Prioridades de recebimento
Têm preferência:
- Idosos acima de 60 anos
- Portadores de doenças graves
- Pessoas com deficiência
Regimes constitucionais (ECs)
Diversas emendas constitucionais alteraram os prazos e condições de pagamento, como:
- EC 62/2009 – regime especial com prazo de até 15 anos
- EC 94/2016, EC 99/2017 – previsão de quitação até 2024
- EC 109/2021, EC 113/2021, EC 114/2021 – prorrogação e uso da Selic na atualização dos valores
Conclusão
Entender como funciona a venda de precatórios é muito importante para quem deseja antecipar o recebimento e para investidores que buscam oportunidades com sua negociação. Esse tipo de operação vem ganhando espaço, com o apoio de tecnologias que tornam o processo mais estratégico, confiável e eficiente.
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